terça-feira, 20 de julho de 2010

A IDADE MÉDIA




A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turco-otomanos, em 1453. Esse período costuma ser dividido em duas: Alta e Baixa Idade Média.
A Alta Idade Média estende-se do século V ao X. Foi época de consolidação, na Europa Ocidental, do feudalismo, sistema socioeconômico predominante na era medieval. No Oriente, porém, em vez da descentralização política feudal, o período foi marcado por dois fortes impérios: o Bizantino e o Árabe.
A Baixa Idade Média vai do século XI até o fim do período medieval, no século XV. É quando o feudalismo chegou ao auge e entrou em decadência. Lentamente, ele começou a sofrer transformações que só se concluiriam na Idade Moderna, quando seria substituído, no campo político, pelas monarquias nacionais e, no econômico, pelo sistema mercantilista.
Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento, no século XVI quando o período medieval foi apelidado de Idade das Trevas, batizado pelos renascentistas.
Porém, a Idade Média foi responsável por importantes avanços, sobretudo no que diz respeito à produção agrícola: inventaram-se o moinho, a charrua (um arado mais eficiente) e técnicas de adubamento e rodízio de terras. Outra herança medieval são as universidades, que começaram a surgir na Europa no século XIII. Além disso, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, como o romântico e o gótico. Viveram influentes filósofos, como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e graças ao trabalho dos monges, preservou-se a cultura greco-romana – o que possibilitaria, aliás, o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido durante o Renascimento.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A ANTIGUIDADE



A Antiguidade segundo a História tradicional começou com o aparecimento das primeiras civilizações e a invenção da escrita, por volta de 4000 a.C. As duas transformações têm raízes na Revolução Neolítica, quando o homem descobriu a agricultura e se tornou sedentário. Da necessidade de registrar a produção agrícola, surgiu a escrita. Além disso, era preciso organizar uma sociedade que se tornava cada vez mais complexa passou haver excedentes econômicos, usados como mercadoria de troca, nasceu a noção de propriedade de terras e formaram-se as classes sociais. Em meio a esse processo é que organizaram as civilizações.
Podemos definir civilização como grupo humano que tem semelhantes características sociais, políticas, econômicas e culturais e vive no mesmo território e sob o controle do mesmo poder político. As primeiras civilizações cresceram na Mesopotâmia (com os sumérios, inventores da escrita) e no Egito. Mesopotâmicos, egípcios e outros povos que floresceram no Oriente Médio – hebreus, fenícios e persas – compartilhavam características importantes e por isso foram agrupados pelos historiadores na Antiguidade Oriental. Nessas civilizações, em geral, o Estado era dono da maior parte das terras.
Já entre gregos e romanos – na Antiguidade Clássica – as terras eram de propriedade privada. Diferentemente dos povos orientais, em que havia escravidão, mas não de maneira dominante, na Antiguidade Clássica ela constituía a base da produção – num sistema denominado escravismo.
No decorrer do período, as civilizações clássicas dominaram as orientais. Os romanos foram mais poderosos. Sua importância foi tanta que a queda de Roma, em 476, marca o fim da Antiguidade.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A "SANTA" INQUISIÇÃO



Alegando agir em nome de Deus, os hediondos tribunais do Santo Ofício foram responsáveis pela condenação, tortura e morte de milhares de pessoas consideradas hereges pela Igreja Católica. Essa era a Inquisição, formada pelos tribunais da Igreja Católica, que perseguiam e puniam pessoas consideradas hereges, Ela teve duas versões: a medieval, nos séculos XIII e XIV, e a feroz Inquisição moderna, concentrada em Portugal e Espanha que durou do século XV ao XIX.
Tudo começou em 1231, quando o papa Gregório IX – em razão do crescimento de seitas religiosas – criou um órgão especial para investigar os suspeitos de heresia. Atuando na Itália, França, Alemanha e Portugal. O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da Inquisição aportaram por aqui entre 1591 e 1797. Estima-se que centenas de brasileiros tenham sidos condenados e mais de 20 queimados em Lisboa.
A Inquisição medieval tinha penas mais brandas, como a excomunhão, já na segunda encarnação surgiu com toda força na Espanha de 1478, que até 1834 condenou quase 300 mil pessoas e 30 mil executadas. Em Portugal, 40 mil foram condenadas das quais 2 mil foram executadas na fogueira.
Na Inquisição o herege passaria por três etapas nas quais abusava-se da crueldade para punir aqueles considerados infiéis até chegar a condenação a morte:

1 – O JULGAMENTO – Representantes do Santo Ofício chegavam à aldeia e, no Período de Graça, que durava um mês, convidavam as pessoas a admitir suas heresias. Quem se confessasse em geral se livrava de penas severas. Quem não o faria poderia ser denunciado. Como a Inquisição incentivava a delação, o pânico era geral: todos eram suspeitos em potencial. Convocando a se defender no tribunal, o acusado era interrogado por três inquisidores. Mas a defesa era difícil: raramente o réu tinha direito a um advogado. E, para arrancar confissões, o Santo Ofício recorria a tenebrosas práticas de tortura;

2 – AS TORTURAS – O inquisidor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários dias. Mas os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como o aparelho chamado extensão;

3 – AS SENTENÇAS – A cerimônia pública em que se liam as sentenças do tribunal se chama auto-de-fé. Os autos de fé geralmente ocorriam na praça central da cidade e eram grandes acontecimentos. Quase sempre o rei estava presente. As punições iam das mais brandas do (como a excomunhão) às mais severas (como prisão perpétua e a morte na fogueira). A execução na fogueira ficava a cargo do poder secular. Se o condenado renunciasse às heresias ao pé do fogo, era devolvido aos inquisidores. Se sua conversão à fé católica fosse verdadeira, ele podia trocar a morte pela prisão perpétua. Quando se descobria que um defunto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Renascimento



A transição do feudalismo para o capitalismo foi um processo amplo que, além do campo econômico e político também foi modificando valores, idéias, arte e tecnologia da sociedade européia.
No século 15, a maior circulação de dinheiro e o intercâmbio entre as cidades criam condições para a criação de escolas e universidade laicas, instituições que pregavam a importância central do ser humano, em oposição à orientação das escolas e universidades controladas pela igreja.
Diante deste novo cenário o homem se descobre como criatura e criador do mundo em que vive e passa dar valor a si mesmo. A corrente filosófica que surgiu dessa mudança se chama humanismo, na qual o homem é o centro das atenções e da intelectualidade européia.
Em contraposição à mentalidade cristã medieval, onde o espírito humano era estrito e as mente acorrentadas, os renascentistas (ou humanistas) rejeitavam ferozmente os ideais medievais - segundo os quais Deus era o centro de tudo e a fé se sobrepunha à razão - e ao se inspirarem em pensadores da Antiguidade Clássica os humanistas se julgavam estar promovendo um renascimento da cultura.
Mas essa inspiração baseada na cultura greco-romana não poder ser considerada como um retorno à mesma, pois nenhuma cultura renasce fora de seu tempo. Esse comportamento estava relacionado com os projetos da burguesia em ascenção.
Nas artes, o Renascimento teve como berço a Itália, local onde surgiram os mecenas (burgueses dispostos a patrocinar artistas e cientistas). Seguindo as rotas comerciais da Itália, o Renascimento influenciou outras sociedades, inspirando pintores da Holanda (Jan van Eyck) e escritores na França (Rabelais e Montaigne) e na Inglaterra (Willian Shakespeare).
O Renascimento também marcou os valores da época surgindo o naturalismo, o humanismo e o individualismo, nas ciências os renascentistas foram menos compreendidos. O Polonês Nicolau Copérnico, o alemão Johannes Kepler e os italianos Giordano Bruno e Galileu Galilei, todos astrônomos, defendiam o heliocentrismo, segundo qual o Sol, e não a Terra seria o centro do universo. A igreja combateu como pôde as novas idéias, pois baseava muitos dogmas tendo a Terra como o centro. Galileu foi obrigado a renegar sua tese - e foi absolvido pela igreja somente em 1992 - já Copérnico não teve a mesma sorte, foi condenado à fogueira por um tribunal da Inquisição.
Na arte resgatou imagens da mitologia greco-romana.O Renascimento foi um movimento que combateu as proibições da Igreja vigentes durante a Idade Média que culminou em movimentos artísticos que questionavam a maneira de interpretar o homem. O Renascimento era o modo moderno de ver o mundo.