segunda-feira, 12 de julho de 2010

A "SANTA" INQUISIÇÃO



Alegando agir em nome de Deus, os hediondos tribunais do Santo Ofício foram responsáveis pela condenação, tortura e morte de milhares de pessoas consideradas hereges pela Igreja Católica. Essa era a Inquisição, formada pelos tribunais da Igreja Católica, que perseguiam e puniam pessoas consideradas hereges, Ela teve duas versões: a medieval, nos séculos XIII e XIV, e a feroz Inquisição moderna, concentrada em Portugal e Espanha que durou do século XV ao XIX.
Tudo começou em 1231, quando o papa Gregório IX – em razão do crescimento de seitas religiosas – criou um órgão especial para investigar os suspeitos de heresia. Atuando na Itália, França, Alemanha e Portugal. O Brasil nunca chegou a ter um tribunal desses, mas emissários da Inquisição aportaram por aqui entre 1591 e 1797. Estima-se que centenas de brasileiros tenham sidos condenados e mais de 20 queimados em Lisboa.
A Inquisição medieval tinha penas mais brandas, como a excomunhão, já na segunda encarnação surgiu com toda força na Espanha de 1478, que até 1834 condenou quase 300 mil pessoas e 30 mil executadas. Em Portugal, 40 mil foram condenadas das quais 2 mil foram executadas na fogueira.
Na Inquisição o herege passaria por três etapas nas quais abusava-se da crueldade para punir aqueles considerados infiéis até chegar a condenação a morte:

1 – O JULGAMENTO – Representantes do Santo Ofício chegavam à aldeia e, no Período de Graça, que durava um mês, convidavam as pessoas a admitir suas heresias. Quem se confessasse em geral se livrava de penas severas. Quem não o faria poderia ser denunciado. Como a Inquisição incentivava a delação, o pânico era geral: todos eram suspeitos em potencial. Convocando a se defender no tribunal, o acusado era interrogado por três inquisidores. Mas a defesa era difícil: raramente o réu tinha direito a um advogado. E, para arrancar confissões, o Santo Ofício recorria a tenebrosas práticas de tortura;

2 – AS TORTURAS – O inquisidor-mor variava a crueldade dos castigos conforme a heresia. Os mais leves incluíam deixar o acusado acorrentado, sem comer nem dormir por vários dias. Mas os relatos históricos registram outros bem mais dolorosos, como o aparelho chamado extensão;

3 – AS SENTENÇAS – A cerimônia pública em que se liam as sentenças do tribunal se chama auto-de-fé. Os autos de fé geralmente ocorriam na praça central da cidade e eram grandes acontecimentos. Quase sempre o rei estava presente. As punições iam das mais brandas do (como a excomunhão) às mais severas (como prisão perpétua e a morte na fogueira). A execução na fogueira ficava a cargo do poder secular. Se o condenado renunciasse às heresias ao pé do fogo, era devolvido aos inquisidores. Se sua conversão à fé católica fosse verdadeira, ele podia trocar a morte pela prisão perpétua. Quando se descobria que um defunto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e queimado.

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