quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O SERTÃO E O CANGAÇO


O cangaço é o fenômeno social de formação de bandos de sertanejos. Assolados pela seca e marginalizados pela estrutura latifundiária, caboclos e peões se agrupavam no sertão nordestino. Viviam escondidos na caatinga, roubando cidades e fazendas, matando e fugindo. Alguns desses bandos tornaram-se tão numerosos, organizados e poderosos que amendrontava pobres, ricos e o próprio governo.
A origem dos bandos de cangaceiros remonta à época do II Império (1840-1889). Uma das suas causas era a luta política entre famílias pertencentes a partidos antagônicos. Liberais e conservadores disputavam e alternavam-se no poder. E quem estava no comando desencadeava perseguições aos grupos opositores. As rivalidades políticas se transformavam em longas lutas familiares. Muitas vezes envolviam a posse de terras. Afinal, numa região de economia agropastoril, a importancia social decorre da extensão das terras possuídas. Disputavam-se as terras mais férteis, os melhores pastos, lutava-se até a morte pelas águas de rios, de lagos, de poços. Água, bem tão precioso nesta zona árida.
Apropriava-se terras dos pequenos lavradores e criadores, por bem ou por mal, por compra ou por expulsão. Os deserdados e os marginalizados pela estrutura latifundiária forneceriam os componentes dos primeiros bandos sertanejos. Porém, foi somente no início do século XX, em plena república, quando as lutas pelo poder político agravaram-se, como reflexo da situação política nacional, que surgiram bandos mais numerosos, importantes e organizados, como os de Antônio Silvino e Lampião.

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